Longe de ser uma longa-metragem, no mínimo poderia
ser média, em que o trabalho se mostra numa mostra que é de uma tal coerência, que não se esgota num egoísmo totalitário. O que é particularmente notável é o
palco, onde a exibição do artista se cruza e se descruza com olhares mais ou
menos críticos, efusivos e enganadores, da expansão e fusão dessa arte, numa
espécie de sátira moderna entre quem passa e observa e quem passa e despreza,
num acaso desmedido, mas não necessariamente inopinado. Depois há ainda a questão
pertinente da duração. Ficar ou não ficar, numa espécie de obstinação, medrosa
e ansiosa, mas simultaneamente acorrentada a essa vontade, acalentada por um
minimalismo minucioso, que tem por objectivo, sem qualquer subtileza, chegar a algo
tangível, como a de alimentar necessidades básicas. E é nesse paradoxo, aguçado
pela curiosidade, que se percebe que aquela média metragem, naquela espécie de
artesanato emocional, é não mais que toda a vida de um homem errante nessa
espécie de limbo, agarrado a uma primeira obra de um ponto de chegada completamente perdido entre um amar ou esquecer.
Ainda não sei muito bem como vai ser, mas um blogue poderá ser uma transmissão de ideias e pensamentos diários.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
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