quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dia Europeu do faz de conta

Faz hoje onze anos que Portugal comemora o dia europeu sem carros.
Ironicamente muito se fala na mobilidade (capacidade de se mover ou de ser movido), mas das palavras aos actos, vai a distância de uma linha de comboio praticamente desactivada, ou em vias de.
Da cidade para o campo; da Assembleia da República para o Valado dos Frades, reside uma diferença abismal, apesar da curta distância temporal.
Na "província" não há grandes enchentes, ou filas para o autocarro, porque para além de existirem cada vez menos pessoas, não existem meios de transporte compatíveis com os horários e vencimentos dos trabalhadores, que nem direito a subsídio de transporte têm, como existe em Lisboa e no Porto.
As pessoas não têm grande alternativa para além do transporte pessoal, seja ele: automóvel, burro, carroça, bicicleta, ou algo mais que a imaginação contemple.
Tenho consciência que este dia Europeu sem carros, é uma iniciativa bonita, lúdica, e que fica ambientalmente bem, mas no fundo não deixa de ser apenas uma utopia; tal como um fumador que se abstém de fumar um cigarro durante uma hora, porque vai aparecer na televisão, mas que fuma logo dois a seguir. É bonito, mas nos moldes em que existe, não existe, é faz de conta.

Foto: Catirolas a dar o exemplo

 


5 comentários:

Anónimo disse...

É mais um dia de palhaçada. Mas alguém acredita que os governos estão mesmo interessados no ambiente?
Eles querem lá é o imposto sobre os combustíveis e o ambiente que se lixe.
Mesmo nas grandes cidades, onde há muitos transportes públicos, as pessoas preferem levar o "popó" do que serem transportados como gado.
Depois se houvesse realmente interesse das autarquias, em vez de "semearem" parquímetros pela cidade, punham transportes públicos decentes e proibiam a circulação em zonas mais congestionadas da cidade. Mas e depois onde é que a EMEL ia buscar o dinheiro para pagar ao pessoal e aos administradores?
Eu não vou em cantigas de dias mundiais seja do que for. Tenho a minha consciência cívica bem mais limpa do que esses ursos.

M. disse...

Digamos que é uma coisa à portuguesa. Vale a intenção:)

Anónimo disse...

Pois, eu acho é que as cidades deveriam ser preservadas da agressão constante dos carros. Um dia por ano é, como se costuma dizer, para inglês ver.
Catirolas de BTT é nice. loool

Catarina Reis disse...

Coiso, pois é verdade não existe interesse pelo ambiente e cada vez menos pelas pessoas, apenas os interesses económicos, para encher a barriga a gulosos.

A intenção é boa M., mas não passa disso

Mim, eu também sou a favor da abolição de carros de algumas zonas da cidade... O BTT é um hobbie de fim-de-semana muito bom para exercitar o corpo e a mente.

Obrigada a todos. Beijos

Pedro Bom disse...

Catarina,
Pode-se saber onde andas de BTT?
Eu costumo andar à semana ao final do dia (qd a semana permite) e ao fds.
Quanto ao post, eu tento muitas das vezes pensar nisso e sempre que tenho alternativa, uso os transportes públicos ou mesmo ir a pé ou de bike.
Bj

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