quarta-feira, 8 de abril de 2015

Rotinas

A rotina é uma praga que nos faz viver a vida demasiado depressa esquecendo os detalhes que nos fazem felizes.

Há aqueles que o procuram toda uma vida sem o alcançar... e há aqueles que absorvem simplesmente.... o cheiro a maresia misturado com o óleo dos barcos embalados pelo riso das gaivotas. Os passos que se cruzam em cada calçada portuguesa, bela e indiferente a cada pessoa que passa, gente que trabalha, gente que passeia, gente que vagueia, inocentes que não se apercebem que o chão que pisam são autenticas obras de arte; as vozes que se cruzam em esplanadas, miradouros e bairros típicos, onde as varinas ainda apregoam nas suas bancas e as gentes de casas com escadas difíceis sem elevador, ainda lavam e estendem a roupa à mão e os velhos se sentam nos bancos e mesas dos jardins a jogar à bisca e à sueca, indescritível! Mas é quando a noite cai e as pessoas regressam aos seus lugares que tudo se compõe, as luzes e o silêncio de umas ruas, contrastando com o movimento de outras, prostitutas, turistas ou simplesmente amantes da noite... tudo se confunde, se une e se transforma, até ao momento em que a madrugada chega e o nascer do sol no horizonte lembra que é tempo de abraçar um novo dia que está agora a chegar, sem medos, indiferente a tudo e a todos...lembrando que a vida é um tic tac constante, cuja ideia de controlo é o maior descontrolo da nossa existência. 

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