Os passos que percorremos, como as histórias ou estórias que vamos ouvindo e contando, são na verdade pedaços que nos toldam o ser e que nos caracterizam.
Errar e saber aprender com os erros, é uma virtude que poucos admitem, com humildade e nostalgia.
Viver longe das nossas raízes e tentar criar novas raízes, não é fácil! Aliás é extremamente difícil.
Nas vilas e aldeias, longe dos grandes centros urbanos, ninguém passa despercebido, a história de vida de cada habitante, é extremamente "bairrista e familiar". A comunidade é muito reservada e fechada em si própria. Os registos da evolução das famílias, o seu natural envelhecimento e amadurecimento, é do conhecimento de todos, e quem não sabe a história é como se dela não fizesse parte.
Por mais que se negue, existe sempre uma barreira, mais ou menos evidente, essencialmente cultural e social, que dificultam a integração, daqueles que chegaram agora, vindos de outras paragens, e que vieram fazer parte dessa comunidade.
Naquilo que tenho vivido, das pessoas que tenho vindo a conhecer, algumas absolutamente maravilhosas e extraordinárias, o sentimento que tenho, com toda a sinceridade e humildade. É que no fundo não passo de uma alfacinha*, perdida na terra de cenouras. E a questão que se coloca a seguir é:
Será que a alface vinga, tal como é? Será que se converte em cenoura? Ou será é arrancada da terra à força, como erva daninha, para nunca mais voltar a nascer?
*Segundo uma explicação, o termo advém do facto de na região da cidade de Lisboa a alface ser uma planta abundante, e dada a origem árabe da palavra, ter sido cultivada em larga escala durante o período muçulmano.
Esta abundância de alfaces, está também ligada a outra explicação, que atribui a origem do termo ao facto de esta ter sido o único alimento disponível aos habitantes durante um prolongado cerco, mas certezas absolutas sobre o termo parecem não existir.
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