sábado, 25 de junho de 2016

Companhia

Nesse local onde habitam os peixes, no instante onde, de dia os barcos não se atropelam em hora de ponta, à espera de uma ponta que não seja esse fio preso ao anzol, e onde ao cair da noite as mulheres de saias rodadas, em ancas de linhas imperfeitas, perfeitas demais para serem capa de revista, estendem as mãos à espera de qualquer coisa impossível de confessar! Aqui neste lugar em que as pessoas se cruzam, em palavras mal calculadas e sentimentos desmedidos, onde não há perguntas, dúvidas ou registos, onde as auto estradas virtuais servem tudo e todos servem como servos, menos, muito menos que essa realidade onde se toca, se abraça, se sente, se aproveita todos os momentos para agarrar, literalmente, corpos transpirado de emoções, sem maquilhagens... porque a meio da tarde um copo de ginjas com elas numa das castiças taberna do Rossio, agora apinhadas de turistas... Demasiados??? Talvez. Sabe sempre melhor quando se tem companhia, algo, que por mais que insista, se deseje, se fantasie... os bites e os bytes não proporcionam.

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