quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Geração do Limbo

Quase 20 dias depois de ter escrito o último texto (nem parece meu), e depois de ter absorvido uma série de matérias eis que me sai disto.
Não sei precisar exactamente quantos anos de vivência tenho (# de anos de vida), mas sei que pertenço a uma geração, essa que primeiro foi rasca, que viu e cresceu a ouvir contar histórias dos sacrifícios de seus pais e dos seus avós, que nunca saíram para lado nenhum, (alguns nem nunca viram o mar, apesar de viverem a 5km da costa) e que pensou "a minha vida vai ser diferente".
E foi realmente...
Uma geração que estudou muito... foi até ao fim da carreira, em idade em que a palavra fim, só tem significado quando não acaba, (como noites sem fim)
Um punhado de gente que primeiro dominou o português, depois o inglês, o francês e finalmente o "computalês". Os mesmos que foram cobaias e pioneiros no mundo das tecnologias, tudo, bips, telemóveis, tablets, e por aí fora. 
Que arranjou o primeiro emprego cedo, logo recrutados há porta da faculdade com o pensamento "somos bons!" E que quando os anos passaram começou a dar conta que, aquele primeiro emprego, em que ganhavam mal (aqueles que tiveram a sorte de ganhar alguma coisa), passou depois para o segundo e para o terceiro e assim por aí fora. 
Uma geração que passou quase 20 anos a fazer praticamente o mesmo, mas a ganhar menos do que quando começou, com a diferença de ter mais encargos, (aqueles que não tiveram juízo e saíram de casa dos pais) mais idade, menos vontade de aturar entretanto os colegas, aqueles que já poderiam estar reformados e que por causa das leis, não estão e os que entraram agora e que acham que por serem mais novos, mais giros e mais... (nós quando éramos da idade deles), podem passar por cima de todos (e podem realmente). Tudo isso com menos dinheiro no bolso, (dos poucos fatos de marca que ainda não colocámos à venda numa plataforma de venda online),  uma parte gasto nas despesas familiares e o restante com vitaminas e antidepressivos, "drogas", para quem está a atravessar uma idade em que o o teu corpo te diz: já não és um miúdo e a cabeça te impele precisamente para o contrário.

Foto: Internet






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