terça-feira, 29 de agosto de 2017

Incendios e incendiários

Hoje ouvi uma psicóloga dizer que é errado falar-se em "abertura da época dos incêndios" como se estivesse a falar da "abertura da época balnear". O pior é que infelizmente hoje não se pode considerar exactamente uma época especifica de incêndios, pois eles acontecem muito antes do inicio da época balnear e terminam também algumas vezes depois, por razões demasiadamente faladas desde que me lembro, muito antes do tempo em que a minha avó Helena, me dizia: "lá vem o avião dos fogos", uma frase que não vou explicar nem esmiuçar, muito menos pelas razões e circunstancias em que perdi a minha avó, já lá vão alguns anitos. Por isso e sem querer entrar muito neste tema concreto, ao qual, e por razões pessoais sou particularmente sensível, prefiro debruçar-me sobre outros fogos, mais ardentes ou escaldantes, como a queimura politica, que ganha outra dimensão, consoante se estivermos em épocas de grande calor politico ou não, como é o caso, ou ainda e para os mais românticos, debruçar-me sobre os incendiários do coração. Esses seres eivados de desejo, que ardem fogosamente, mas que não declaram expressivamente a sua paixão, por receio de dar ignição a vontades tardias, dessas duas mãos se entrelaçarem, na união dum projeto comum, que pode ser de amor, sem ser forçosamente amor a dois tempos, a tempo inteiro, ou até a tempo comum, mas que ainda assim... tem tudo para incendiar um faneco do coração.

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