segunda-feira, 13 de agosto de 2018

(in)dependência


No outro dia, alguém que me “lia” profissionalmente, disse que mesmo sem eu assinar, era capaz de reconhecer os meus textos pela escrita. “Ler um texto e dizer este texto é seu. É um elogio”, gritou-me dada a minha apatia. (Isto porque era suposto agradecer as palavras. Afinal não há melhor elogio para alguém que escreve do que identificarem o escritor).
Tantas vezes me pergunto porque escrevo? Porque sigo este caminho? Que dom parvo é este que me acompanha ao longo da vida, que não escolhi, mas ao qual não resisti, não resisto.
Nunca quis ser escritora, não me formei em letras e toda a minha vida profissional esteve mais relacionada com números ou estatísticas do que com letras. Mas ainda assim, por mais que eu não as quisesse, elas sempre me quiseram a mim. Como um amor impossível, que persiste e insiste e que no fim não resiste. Gosto de escrever é uma realidade, apesar de nunca estar completamente satisfeita. Nem sempre é fácil, profissionalmente falando, aliás é muito difícil (não posso ser sempre a Catirolas). Não espero ser perfeita, sei que não consigo ser, há sempre muito, ou pouco, a melhorar. Também não espero ganhar nenhum prémio, (embora às vezes até desse jeito). Mas se as palavras puderem despertar sentimentos e esses sentimentos terminarem num sorriso, então já valeu a pena… um sorriso sabe muito bem.

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