Sei que era suposto, já que «meio mundo» se encontra de férias, ser mais produtiva e fazer o trabalho que tenho a fazer… mas no meio de uma pausa e de tantas peripécias a minha veia humorística e artística não resistiu.
Às vezes pensa-se que na “Santa Terrinha” nada acontece. Julga-se que não há trânsito… isso não é bem assim, experimentem andar na estrada há hora em que os agricultores e os seus «maquinões» topo de gama (os tratores) vão e regressam do campo, (a minha pontaria é certeira neste relógio).
Tentem vir à cidade no dia do mercado… e no "querido mês de agosto". Esse mês, em que os filhos da terra e os filhos dos filhos da terra, regressam às origens, alguns, não todos, carregados de amnésia aguda, pois esquecem-se de toda e qualquer regra de condução e fazem tudo o que não é suposto fazer. Ainda hoje, na zona onde trabalho, um desses automobilistas estrangeiros, numa rua de sentido único, realizou uma extraordinária manobra de inversão de marcha e lá vai ele em contramão rua fora. Extraordinário!!
Mas não querendo fugir ao cerne do assunto “as peripécias”. Esta semana tem havido de tudo. Não acreditam? Um senhor que queria por força e porque queria que uma associação tivesse sempre de portas abertas e que leu uma notícia em que a empresa onde trabalho ia abrir uma escola. Um jovem que veio perguntar se aqui é que era “bla, bla”, isto é: disse inesperadamente, o slogan da minha entidade patronal e que no fim queria apenas uma fotocópia.
Dois jovens, que vieram à procura de uma edição especial, de algo que vendemos, para oferecer a alguém que fez anos em janeiro, para ficar com essa recordação. Dois jovens com quem estive todo o tempo a falar inglês, descobrindo no fim que um deles falava português. E a pior parte, alguém que foi à casa de banho e errou no sítio da sanita para fazer as suas necessidades (esta última era escusada). Tudo isto aconteceu em apenas três dias e eu não estou a incluir os habituais «amigos das fotocópias». Sim. Colecionadores fofinhos que adoram acumular papel nas suas casas, tirando cópias de tudo e que sabendo que eu estava sozinha, amargurada e desamparada no trabalho, têm-me vindo visitar. De acrescentar que o melhor da semana foi um "Olá linda!". Um piropo que recebi de um trabalhador de uma obra, numa moradia no prédio em frente.
Acham que isto é um trabalho monótono…? Ainda vão a tempo de mudar de
carreira. Voluntários, estagiários e escravos (esqueci-me que esta última
palavra já não se pode dizer). Enfim são todos sempre, mas sempre muito bem-vindos.
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