quarta-feira, 7 de março de 2018

Espíritos inertes


Um dia somos excelentes, outro, nada valemos. Piripiri!
Tal como essa toalha de renda de bilros estacionada em cima de uma mesa farta de ociosidade, onde abunda a comida e sobra a vontade de comer.
Experimenta vestir umas calças de tecido grosseiro, atadas nos joelhos com cordéis e procurar, buscar amor, companhia, e em última instância comida, alimento. Essa comida cheia de nutrientes e de outras coisas, que não se encontra em nenhum restaurante famoso, mas em alguém que saiba conjugar com temperos de amor, os alimentos da amizade, da solidariedade... da humanidade.
Um dia, num desses em que as ondas desmaiam de jubilo, os ventos suspiram, as estrelas fogem, as areias movem-se e as aves marinhas brindam o mar com os seus cantos, talvez tudo seja diferente. Talvez esses seres "pobres" acordem longe dessa sociedade corrupta, escrevam um livro, enriqueçam alguém a quem não falta dinheiro, poder, nobreza, mas onde falta tudo o resto. Pobreza. Pobreza!?
Pobreza é acordar todas as manhãs num palácio onde se tem tudo e descobrir que, afinal, não se tem nada, apenas esse espírito inerte.

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